"Hoje, voltando para casa da universidade passo em
frente a casa e sou abordado por um garoto de seus oito anos que já se
aproximou falando que chegara em casa e batera na porta, mas seus pais não
responderam, o que era estranho, pois os dois carros estavam estacionados na
garagem, o portão e janelas abertos.
Obviamente que o bom censo falava para continuar, pois
poderia ser algum novo truque para ser roubado, ou algo do tipo, mas outro bom
censo informava que não era possível deixar aquele menino sozinho sem fazer
nada então tomei precauções cabíveis, não atravessei o portão, até mesmo porque
um gradeado fazia a função do muro e era possível ver tudo o que acontecia do
outro lado do "muro", e ativei todos os meus sentidos, para tomar
conta de minha mochila e minhas costas e ao mesmo tempo olhar o que o menino
fazia.
Fiz algumas perguntas do tipo, você bateu na porta?, você
chamou pela janela? Ele respondeu que sim, mas pedi para que ele repetisse,
repetiu, nada! Seus pais não estavam em casa, ou pelo menos esse era o plano.
Perguntei se ele sabia algum telefone para que eu pudesse
entrar em contato, disse que sabia o da sua mãe e me passou, decorado! Digitei
o número e esperei, primeiramente deu linha ocupada, em seguida, na próxima
tentativa, desligado ou fora da área de cobertura.
O garoto, utilizando um raciocínio lógio perfeito, falou que
sua mãe poderia estar trabalhando, mas o que seria estranho, pois o carro
estava na garagem, visto que sua mãe para ir trabalhar utiliza o carro. Então
perguntei onde ela trabalhava, ele me respodeu, eu não faço, até agora, ideia
de onde é e tampouco me recordo do nome do local.
Vi-me enfim, sem solução. Tentei novamente telefonar, mas a
mesma gravação respondia que o celular de sua mãe se encontrava desligado ou
fora da área de cobertura. Então perguntei se ele não sabia de outro número de
telefone para ligar, antes que ele pudesse responder uma mulher chegou, de onde
não se sabe, no portão e disse:
- Cauã?! - Ou algo assim.
O garoto, virou para a mulher e disse:
- Mamãe!
Então o momento constrangedor aconteceu: a mulher olhou para
mim como que se perguntasse: "em que posso ajudá-lo?" então respondi
meio que gaguejando:
- Ele disse que estava sozinho e eu estava te telefonando. -
Mostrei o celular para ele para comprovar a veracidade da história.
Ela me respondeu:
- Obrigada!
Então continuei o caminho para minha casa."
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